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Soldagem: entenda os principais conceitos

Publicado em: 22/05/2020 09:42 | Atualizado em: 28/09/2021 15:28

 

De forma geral, a soldagem pode ser definida como processo de união de metais, similares ou não, de forma permanente. Atualmente, porém, um grande número de processos de recuperação de peças desgastadas, formação de revestimentos com características especiais ou mesmo corte de peças metálicas podem ser relacionados à soldagem.

 

Um dos conceitos fundamentais que envolvem essa prática é a soldabilidade, que é a capacidade que um material tem de se unir a outro, através do calor e da eletricidade, preservando suas propriedades químicas e físicas e evitando tensões internas. A soldabilidade pode ser mensurada com cálculos e interfere diretamente na escolha do processo de soldagem e no resultado final. 

 

Acerca dos princípios que possibilitam a soldagem, pela teoria seria possível unir metais facilmente por conta de sua estrutura molecular propensa a formar ligações. Entretanto, isso não acontece por conta dos obstáculos entre superfícies, mesmo a nível microscópico, que impedem essa ligação em condições normais. Para superá-los foram criados processos de soldagem que deram origem a dois grandes grupos: 

 

Processos de soldagem por pressão ou deformação

Consistem em deformar as superfícies de contato, permitindo a aproximação dos átomos a distâncias de ordem mínima. As peças podem ser aquecidas localmente de modo a facilitar a deformação das superfícies de contato.


 

Processos de soldagem por fusão

Se baseiam na aplicação localizada de calor na região da junta até a fusão do metal de base e do metal de adição (quando este é utilizado). Como resultado, as superfícies entre as peças são eliminadas e a solda é formada com a solidificação do metal fundido. 

 

 

Principais tipos de soldagem

Outra forma dos processos de soldagem serem classificados é a partir da fonte de calor. Por serem muito numerosos, reunimos aqui apenas os principais métodos utilizados por serralherias e indústrias:

 

Soldagem MIG/MAG

A soldagem a arco com proteção gasosa é um processo em que a união das peças se dá pelo aquecimento dessas com um arco elétrico estabelecido entre o eletrodo consumível e a peça de trabalho. É conhecida como MIG (Metal Inert Gas) quando a proteção é formada por gases inertes e como MAG (Metal Active Gas) quando essa proteção envolve gases ativos. 

 

Pode ser usada em material numa ampla faixa de espessura, tanto em metais ferrosos como não ferrosos. Possui alto custo e grande sensibilidade à variação dos parâmetros elétricos, o que requer ajustes rigorosos. Mas, sua utilização vem crescendo mundialmente , por conta de sua boa adequação na automatização dos processos de soldagem.

 

Aplicações do processo:

– Fabricação de estruturas metálicas em geral, (escadas, grades, portões, bases de maquinas, bancadas, tesouras, treliças, peças técnicas, etc..)

– Segmentos de Serralherias, Caldeirarias, mecânicas, soldagens, indústrias metal mecânicas.

– Reforma e confecção de tanques em aço inox ou aço carbono

– Processos industriais de soldagem em geral

 

Soldagem TIG

A soldagem a arco com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa é um dos métodos que exige maior habilidade do soldador. Isso porque ele oferece controle independente da fonte de calor e da adição de metal de enchimento (não obrigatório), além de entregar proteção contra a contaminação, mostrando-se um ótimo meio de soldar peças de pequena espessura e material de difícil soldabilidade.

 

Contudo, o custo alto e a baixa produtividade limitam sua aplicação para soldagens nas quais a qualidade da solda é o mais importante. Não há grande geração de fumos e vapores. 

 

Aplicações do processo:

– Solda em cárter de alumínio

– Recuperação em cabeçotes

– Soldas em corrimãos de aço inox

– Soldas em rodas de liga leve

– Treliças de alumínio

 

Eletrodo Revestido

A soldagem com eletrodos revestidos é o mais antigo dos três processos e é usada na fabricação e montagem de diferentes equipamentos e estruturas, tanto em oficinas como no campo, sendo particularmente interessante no segundo caso. O procedimento se baseia na condução de corrente elétrica por uma vareta metálica chama “alma” (eletrodo revestido”) que fornece metal de adição para enchimento da junta. 

 

De baixo custo, material necessário simples e possibilidade de uso em locais de difícil acesso, este método também pode ser usado em um grande número de materiais. Entretanto, como desvantagens temos a baixa produtividade, a necessidade de um treinamento específico e a alta produção de fumos e gases prejudiciais à saúde.

 

Aplicações do processo:

– Reforma e confecção de grades, portões e estruturas metálicas

– Recuperação de eixos, enchimentos (caminhões, tratores, máquinas pesadas)

– Recuperação em peças de ferro-fundido e outros metais.

– Soldas de eletrodos especiais com ligas duras para revestimentos.

– Manutenção em geral.



Equipamento de proteção

Para realização de qualquer processo de soldagem, é imprescindível a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI), tais como: 

 

  • Avental raspa, máscara de solda, blusão de soldador, mangote de raspa, botas de proteção com solado isolante, luvas de vaqueta ou de raspa, perneiras, touca, máscara para fumos de solda, óculos de proteção, protetores auriculares

 

Para saber mais, consulte na materiais mais densos sobre o assunto e procure cursos na área. Este texto foi baseado no livro Soldagem, Fundamentos e Tecnologia, da editora UFMG. Não deixe de visitar o Blog da Completa para conhecer outros assuntos como esse!

 

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